Em pleno Chiado, o Orpheu XI é um edifício tipicamente pombalino, onde uma reabilitação rigorosa valorizou e preservou a fachada histórica e elementos relevantes no seu interior.
Com projeto de Frederico Valsassina, a recuperação respeitou o seu caráter nobre bem como a simbologia deste local, onde a arquitetura e a literatura se cruzam, dando nova vida e enquadramento aos elementos históricos do prédio. Os arcos e os vãos foram aproveitados e expostos, os espaços com abóbadas (estruturas que serão anteriores ao terramoto de 1755) foram mantidos, assim como as portas interiores e sancas que tornam o espaço residencial numa morada elegante e distinta. As fundações do edifício, que acolhe apenas 10 luxuosos apartamentos, preservam também parte da Muralha Fernandina.
Respira-se história nestas casas, localizadas num lugar único, nobre e exclusivo da capital e cada espaço inspira e homenageia o passado artístico do edifício. Foi neste local que alguns dos maiores vultos da vida literária nacional, incluindo Fernando Pessoa, Mário de Sá-Carneiro, Almada Negreiros e Santa-Rita Pintor, se reuniam para lançar a inovadora revista Orpheu, que introduziu em Portugal o movimento modernista.
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